Falta de práticos prejudica Região Norte

Falta de práticos prejudica Região Norte

Leitores experientes costumam dizer que há uma diferença entre o que sai no jornal e a realidade. Todo dia, se lê que o Palácio do Planalto vai mudar radicalmente a situação da praticagem – profissionais que encaminham os navios na entrada e saída dos portos – e, ainda, que a presidente Dilma vai anunciar grandes benefícios para a cabotagem. Mas a realidade é outra.

A cabotagem anseia por melhorias, como preço de combustível igualado ao do longo curso – hoje, por incrível que pareça, é mais caro – e ainda facilidades na atracação e tratamento especial da Receita Federal – que, segundo eles, inspeciona, em Santos, um navio que vem de Recife com a mesma intensidade em relação a uma embarcação originária da Tailândia. Dirigentes empresariais dizem desconhecer o plano de benefício à cabotagem citado em noticiário oficial.

Porém um enorme problema ocorre em Manaus (AM): a falta de práticos. Só que, em Manaus, os práticos não atuam apenas na atracação, mas conduzem os navios pelo Rio Amazonas, até Manaus. O número de práticos na região diminuiu por uma razão normal: profissionais de lá fizeram concurso para o “Sul Maravilha”, ou seja, as regiões Sul-Sudeste, onde a qualidade de vida é considerada melhor e abandonaram a região. Segundo a praticagem, trata-se de problema específico, em vias de ser resolvido com novo concurso.

Mas a navegação e o comércio não querem esperar. A navegação se queixa a todo momento e revela que o problema já ocorre por dois anos e que nessa área de praticagem, chamada de ZP-01 e causa demora de quatro dias para entrada no Rio Amazonas. Em razão disso, a Zona Franca de Manaus se considera em risco. Em carta enviada ao ministro da Defesa, Celso Amorim, o centro industrial (Ciam) e a federação de indústria (Fiem), com apoio da Câmara de Comércio e Indústria Nipo-Brasileira do Amazonas afirmam que isso cria graves problemas para a região, pois não se tem regularidade na entrada e saída de produtos de e para a Zona Franca, o que afeta a produção e o emprego na região. Diz o documento das entidades que a normalização da Zona Franca de Manaus é fator estratégico para a segurança da Amazônia.

Os pessimistas estão preocupados. E os otimistas acreditam que, com a gravidade que a questão alcançou, é possível que o Governo resolva de uma vez por todos a situação da praticagem, que há décadas é criticada por entidades da navegação, como Syndarma, Centronave e Associação Brasileira das Empresas de Cabotagem (Abac).

Fonte: NetMarinha

4 Comments on “Falta de práticos prejudica Região Norte

  1. Caro administrador do blog , fomos surpreedidos com noticias de ultima hora a respeito de novo concurso de pratico a nivel nacional e para já (dez/2012)????? Será que isto procede? Não é procedimento padrão da DPC fazer um aviso no estilo: A Marinha tenciona realizar concurso … Por favor , sua opinião é muito importante . Muito obrigado.

  2. A praticagem é criticada pelo Syndarma assim como os Oficiais de Marinha Mercante são criticados pelo Syndarma, assim como todos os empregados brasileiros são caros e são criticados pelo empresariado.

    Vale corrigir seu texto. Nunca faltaram práticos em Manaus. A ZP1 não é a ZP de Manaus. ZP de Manaus é a ZP2. E não é de hoje que ocorrem atrasos… mais práticos são necessários desde 2006… e os atrasos não duram em média 4 dias… isso é caso específico… a questão é que a armação usou disso pra tentar acabar com o modelo atual de praticagem praticado no Brasil, visto que havia em pauta o Plano de Modernização dos Portos…

    A armação, uma empresa em especial, que costuma estar envolvida nesses embates com a praticagem, no passado já optou pro atrasar os próprios navios na tentativa de quebrar uma das empressas de praticagem onde operava… nessa época não era problema qualquer atraso nos navios…

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