Com tecnologia, Praticagem trabalha pela segurança
Os navios utilizados no transporte internacional de cargas estão cada vez maiores. Suas dimensões praticamente dobraram na última década. Mas as condições geográficas dos portos permanecem as mesmas. Como conciliar essas duas realidades em Santos, que tem um canal estreito, raso e sinuoso ? Para a Praticagem de São Paulo, que reúne os profissionais responsáveis por orientar as manobras das embarcações na região, o caminho foi investir em moderna tecnologia para que o cais santista receba com toda a segurança seus navios e que o progresso e o desenvolvimento continuem a beneficiar toda a Baixada Santista.
Mas as atividades da Praticagem em prol das cidades da região vão além de sua atuação no Porto. A entidade reconhece a importância de ajudar no desenvolvimento da comunidade, através de ações sociais e culturais ou mesmo da qualificação de jovens para o mercado de trabalho.
Entre os programas desenvolvidos pelos práticos, estão apoios e contribuições permanentes para o Lar das Moças Cegas, o Lar de Assistência ao Menor, a Casa do Sul (antigo Asilo de Inválidos de Santos), a Assistência Social da Ponta da Praia, o Lar Espírita Mensageiros da Luz e a Associação de Ex-alunos do Colégio Stella Maris, além do Núcleo de Reabilitação do Excepcional São Vicente de Paulo (Nurex), todos localizados nas cidades que ficam ao redor do Porto de Santos e que por ele são impactadas.
A Praticagem também ajuda mensalmente na manutenção de duas entidades: a Creche da Tia Nice, localizada na comunidade de Prainha, em Guarujá, e que atende cerca de 80 crianças; e a Creche Santa Cruz dos Navegantes, que recebe em torno de 150 crianças. Também custeia oito alunos em cursos do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), em Santos. As ações educacionais também englobam apoios à Escola Virtual do Porto (com mais de 10 mil cadastrados) e ao curso Agente Logístico Portuário (com 5 mil atendimentos), importantes para a formação de mão de obra da região.
O C3OT reúne sistemas com câmeras estrategicamente situadas e equipamentos meteorológicos e oceanográficos de última geração, utilizados para a medição da altura e do período das ondas, da direção e da intensidade das correntes marinhas e do vento, da variação da maré e da visibilidade, tudo com os dados disponibilizados em tempo real.
A implantação do novo centro melhorou as formas de monitoramento das embarcações no Porto de Santos, até então feito por AIS (sigla de Automatic Identification System ou, na tradução do inglês, Sistema de Identificação Automática). Essa tecnologia utilizava um transceptor para transmitir informações sobre o navio, como localização, dimensões, posição, rumo, velocidade, destino final e
tipo de carga. O C3OT continua usando o AIS, mas agora, ele opera integrado com os demais equipamentos.
O sistema de monitoramento eletrônico é complementado por um conjunto de 12 câmeras, que cobrem todo o canal e as áreas dos terminais. Elas permitem que os práticos acompanhem, de sua sede, todo o trajeto dos navios. As cenas são transmitidas em tempo real para o C3OT, que tem um vídeo-wall equipado com dez telas de LCD de 46 polegadas. A captação dessas imagens é essencial para garantir a segurança num canal compartilhado por balsas, iates, barcos de pesca e de passageiros e, principalmente, cargueiros de dimensões cada vez maiores.
Entre os novos equipamentos, a Praticagem conta também com um visibilímetro, capaz de detectar uma baixa visibilidade, como a formação repentina de nevoeiros, o que pode comprometer a segurança da navegação. A altura das marés também é acompanhada em tempo real, a partir de cinco estações instaladas ao longo do canal. Emergências ou alterações nas condições de navegação são avisadas imediatamente ao prático pelo rádio. Uma onda mais forte ou uma ressaca, por exemplo, podem prejudicar o tráfego aquaviário e os aparelhos vão mostrar a situação exata em tempo real.
Também para ajudar na segurança da navegação, os práticos têm sempre uma de suas lanchas monitorando o estuário. Elas informam o C3OT, por rádio, sobre qualquer anomalia, como um navio atracado com cabos brandos, manchas de óleo no mar ou obstáculos no local de atracação.
A criação do centro teve o objetivo de garantir ainda mais agilidade e segurança nas manobras dos navios cada vez maiores que vêm frequentando o Porto – e que exigem cuidados redobrados para sua navegação no estreito e sinuoso canal de Santos. O sistema já existe em outros portos do mundo, mas é implantado e mantido pela respectiva autoridade portuária.
Em alguns casos, as praticagens até comandam o serviço. Mas o caso santista é o primeiro no qual os práticos, com recursos próprios, financiaram, instalaram e mantém os equipamentos. Este é um exemplo claro, de acordo com o diretor de Relações Institucionais da Praticagem, o prático Fábio Mello Fontes, de como a entidade preocupa-se em manter ativa a relação Porto-Cidade. “Pode não parecer,
mas aqui não estamos preocupados com os números. Estamos, na verdade, preocupados com a eficiência e a qualidade do nosso trabalho e como isso pode beneficiar direta e indiretamente a sociedade”, afirma o profissional, que tem a missão de manter “unida a família portuária”.
Responsável pela manobra dos navios nos portos de Santos e São Sebastião, a contribuição da Praticagem de São Paulo tem sido fundamental para a quebra constante de recordes em ambos os complexos.
Fonte: A Tribuna
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