Eu sou…Manobrista de navio
Nome: Fábio Mello Fontes
Idade: 73 anos
Tempo de profissão: 43 anos
Formação: Oficial da marinha
O que faz: O “prático” (nome oficial) ajuda navios a estacionar em sua vaga reservada nos portos.
O chamado chega com 1h30 de antecedência. Munido de colete salva-vidas, luvas antiderrapantes, capacete de proteção e um radinho de comunicação, Fábio se dirige ao Porto de Santos, onde trabalha há mais de 4 décadas. De lancha, vai até o canal de acesso ao porto e entra no navio que se aproxima. Sua função é ajudar a manobrar o veículo, livrando-o de obstáculos — como pedras submersas, partes rasas, pontes e fiações — até a vaga reservada. Ele dá instruções ao comandante e tem à disposição dois rebocadores — embarcações com 20 a 25 metros de comprimento — e um assessor no cais, que passa informações pelo rádio.
Fábio Mello Fontes, 73 anos, é um dos 50 práticos de porto de Santos. Assim são chamados esses manobristas de navios, profissão exercida desde a abertura dos portos, em 1808, e regulamentada nos anos 40 pela Marinha. Ao todo, são cerca de 350 profissionais no Brasil. Presidente da praticagem do Porto de Santos, Fábio já realizou 27.500 manobras em embarcações que variam de 70 a 300 metros de comprimento e pesam de 100 a 80 mil toneladas.
Para ser prático é preciso conhecer bem a zona portuária — todas as profundidades do canal, o regime de ventos, a natureza das marés. Além de ser oficial da marinha ou, ao menos, ter certificado de habilitação amador para pilotar barcos. Aí sim é possível se inscrever na seleção, que em Santos chega a 800 candidatos por vaga. E, finalmente, passar por dois anos de treino, fazendo 700 manobras de dia e na madrugada. Profissão disputada, mas, compensadora — salário médio de R$ 25 mil.
Dia e noite
O Porto de Santos funciona 24h, 365 dias por ano. São 5 equipes com 10 práticos cada. Eles se revezam em um turno de 48 horas. A manobra leva, em média, 60 minutos. Depois, o prático volta para o final da fila e tem cerca de 4 horas de intervalo. “Dá para pagar contas no banco, almoçar e até dormir”, diz Mello.
Eo salário, ó!
Fica na média de R$ 25 mil por mês. A profissão traz riscos. São comuns os acidentes para subir e descer do navio nas escadas de corda com degraus de madeira usadas normalmente.
Põe e tira
O prático é responsável por colocar e tirar o navio da vaga, também quando há remanejamento de barcos já atracados.
Fonte: Revista Galileu
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