Praticagem contribui para os recordes no Porto de Santos

Praticagem contribui para os recordes no Porto de Santos

Técnica, perícia e conhecimento dos práticos permitem manobras de navios gigantes a preços que não ultrapassam 0,18% da despesa do exportador.

A Praticagem de São Paulo continua superando as limitações naturais do canal portuário de Santos para permitir que navios cada vez maiores e com mais carga possam operar com segurança no maior porto da América Latina. Embora as normas técnicas recomendem o tráfego de navios de até 170 metros de comprimento pelo canal, o conhecimento dos práticos e a forma atual de organização do serviço têm permitido que embarcações de até 334 metros trafeguem com segurança, com prévia análise e aprovação da Autoridade Marítima. “A contribuição dos práticos nos constantes recordes de movimentação de carga em Santos é muito grande”, revela o presidente da Praticagem Paulo Sérgio Maurício Barbosa. Para ele, é difícil imaginar o porto sem essa superação propiciada pelos práticos, dia após dia.

Outra ação que tem contribuído para a quebra constante de recordes no porto é o aproveitamento da chamada janela de maré. A Praticagem faz o monitoramento das condições climáticas e da maré para programar a entrada ou saída de navios com calado superior aos 12 metros, que seria o máximo recomendado pelas normas técnicas. “Programamos a manobra do navio para o momento de pico da maré, quando ela sobe cerca de um metro, e isso tem permitido a navegação de embarcações com até 13,3 metros de calado”, explica Barbosa. A utilização da janela de maré multiplica a capacidade de transporte: a cada dez centímetros ganhos, mil toneladas são adicionadas à carga embarcada; em outras palavras, até 26 mil toneladas a mais de carga em cada escala pode ser embarcada.

Gigantes

A chegada dos navios da série Zhen Hua trazendo os gigantescos equipamentos para equipar os novos terminais da BTP e da Embraport – portêineres usados para movimentar a carga do navio para o cais, e os transtrêineres, que operam os contêineres do cais ao costado no navio – são um bom exemplo da contribuição da Praticagem.

Ao receber a informação de que tais navios iriam chegar ao Porto de Santos, a Praticagem participou de uma série de reuniões com as Autoridades Marítima e Portuária, representantes do armador e dos terminais para possibilitar a manobra. A altura da carga, por exemplo, não permitia que a embarcação passasse pela linha de transmissão de energia elétrica do porto, além de outros obstáculos.

O planejamento da primeira movimentação foi iniciado dois meses antes da chegada do Zhen Hua e os práticos santistas realizaram várias simulações da manobra. Ao final, houve a recomendação para desmonte parcial da carga, navegação na maré mínima e com sobrepeso (água de lastro) para aumentar o calado, diminuindo a altura da carga.

Dois práticos foram escalados nessa manobra, que contou com o apoio de quatro rebocadores. “Ao final, a manobra foi perfeita e mais um desafio foi vencido”, lembra Barbosa, apontando que outros navios com esse mesmo tipo de carga trafegaram com segurança pelo canal.

Esses desafios são vencidos pelo preparo do prático e pela qualidade da infraestrutura mantida pela Praticagem. “Quando um prático sobe a bordo, todo um trabalho de planejamento e monitoramento já foi desenvolvido com antecedência, visando garantir toda a segurança, eficiência e eficácia”, assegura.

Para a Praticagem, 24 horas de trabalho não é novidade

Para realizar o seu trabalho, a Praticagem mantém um moderno Centro de Operações equipado com aparelhagem de última geração que funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano, com escala constante de profissionais especialmente treinados para essa atividade vital para a navegação com segurança pelo canal.

A infraestrutura inclui ainda 18 embarcações, compradas e mantidas pela Praticagem, que dispõe de um estaleiro próprio para realizar a manutenção imediata, pois elas também operam dia e noite, inclusive em missões de apoio/socorro quando solicitadas.

Ao todo, a Praticagem de São Paulo – que compreende Santos e São Sebastião – conta com 53 práticos e 110 funcionários. “No Brasil, todos os investimentos são realizados com recursos das praticagens. Assim, nosso setor gera divisas e impostos ao País, sem onerar o governo com qualquer tipo de despesas, informa Barbosa”.

Preço da Praticagem representa de 0,4% a 0,6% do valor do frete marítimo

Mesmo mantendo toda a infraestrutura com recursos próprios, os preços da Praticagem em Santos estão na média mundial, conforme revelou estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Segundo o trabalho, a praticagem representa de 0,40% a 0,59% do valor do frete marítimo o que significa apenas 0,12% a 0,18% dos custos do dono da carga. Importante notar que aquele estudo foi voltado ao transporte em contêineres, sendo que, para navios graneleiros, os percentuais são a ainda menores.

Desenvolvido por uma das entidades de pesquisa mais idôneas e respeitadas do Brasil, a Fundação Getúlio FGV Projetos, o estudo “Análise da Competitividade Internacional dos Valores Cobrados pelos Serviços de Praticagem no Porto de Santos”, divulgado em 2010, revelou que mesmo diante da subvalorização do dólar frente à moeda brasileira (o que distorcia a comparação), os preços de praticagem no Porto de Santos encontravam-se próximos à média internacional, sendo inferiores à maioria dos portos de referência.

O gráfico a seguir foi construído com base nas tabelas constantes do Relatório Final da FGV. Detalhes do estudo podem ser obtidos no site da Praticagem: http://www.sppilots.com.br/arquivos/r13.pdf

Fonte: Lu Fernandes Comunicações e Imprensa

1 Comment on “Praticagem contribui para os recordes no Porto de Santos

Deixe um comentário