Seminário
“O Serviço de Praticagem no Brasil e a Experiência Internacional”

Seminário<br />“O Serviço de Praticagem no Brasil e a Experiência Internacional”

Em consequência de grande campanha falaciosa de desinformação, os práticos estão hoje no alvo daqueles que defendem a reforma e revitalização do transporte aquaviário – marítimo e fluvial – no Brasil, uma bandeira antiga desses profissionais que sempre apostaram no progresso e no desenvolvimento do país e deste meio de transporte desde 1808, quando o príncipe regente D. João VI regulamentou o exercício da profissão. Não são os práticos a pedra no caminho! Ao contrário, o exercício diário desses profissionais é superar as limitações de infraestrutura e desviar dos obstáculos mercadorias e passageiros em segurança nas áreas de carga e descarga, cais, portos, piers no mar, nos rios e nas lagoas.

É para mostrar a importância dessa categoria profissional, responsável há milênios pela segurança das embarcações, que o Conselho Nacional de Praticagem realiza, dias 9 e 10, no Rio de Janeiro, o Seminário “O Serviço de Praticagem no Brasil e a Experiência Internacional”, reunindo especialistas, profissionais do setor e lideranças de classe de diversos países.

A intenção é mostrar diferentes realidades em diferentes países, onde esses profissionais atuam. Evidenciar, no caso brasileiro, o papel que o prático, sempre estudando os fenômenos naturais e as diferentes línguas dos países com os quais o país amplia as suas fronteiras, tem no desenvolvimento e na integração regional e internacional.

Não podemos deixar de anotar que foi por meio do filho de um prático, Joaquim Marques Lisboa (1807-1897), o Almirante Tamandaré, que a Marinha do Brasil ergueu-se nos mares, como símbolo do poderio brasileiro em romper as barreiras de água, conquistando espaço no cenário internacional. Tamandaré era filho de um dos primeiros práticos a exercer a profissão no Brasil, o imigrante português Francisco Marques Lisboa, que se radicou em Rio Grande, no Rio Grande do Sul, servindo no porto e ensinando os filhos, desde pequenos, a importância da praticagem e a dignidade da categoria, base da Marinha Brasileira e fomentadora da Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM).

Trata-se, portanto, de uma profissão que, em todos os países e desde a antiguidade, tem assegurado o desenvolvimento das correntes de comércio e, mais recentemente, de serviços, entre os quais o turismo.

Por isso mesmo, em todo o mundo, como demonstraram profissionais de diversos países e continentes, o serviço de praticagem é essencial.

É dentro desse espírito de contribuição à modernização, revitalização e atração de novos investimentos para o setor aquaviárioque os práticos se unem nesse seminário para reafirmar a sua importância para o desenvolvimento, a construção de um mundo onde os obstáculos possam ser contornados e o progresso social e econômico se cumpra.

Ricardo Falcão
Presidente do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra)

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