Nota do CONAPRA sobre tabelamento
O Conselho Nacional de Praticagem (Conapra) foi surpreendido em meados de dezembro por uma consulta pública divulgada no Diário Oficial da União (DOU), cujo objetivo final é tabelar, de forma arbitrária, os ganhos da atividade.
Com a medida, o governo incorre em dois grandes equívocos: intervir em uma atividade eminentemente privada, e quebrar contratos já firmados entre a praticagem e os usuários de seus serviços. Muitos desses contratos, com validade de até quatro anos. Como se sabe, a praticagem é uma atividade que garante a condução segura de navios aos portos marítimos e a estuários de rios brasileiros, pautada sempre pela excelência dos serviços, elevados índices de segurança e alta capacitação técnica dos práticos.
A praticagem é essencial para garantir o fluxo de chegada e partida dos navios na costa brasileira, assegurando dessa forma, a normalidade do comércio internacional do país, que envolve cifras gigantescas próximas a um trilhão de dólares.
Os valores sugeridos pelo governo, na consulta pública, achatam entre 70% e 87% os preços cobrados pelas empresas de praticagem, com franca ameaça de tornar inviável essa eficiente atividade empresarial, que envolve lanchas, estaleiros, escritórios e uma estrutura que emprega direta ou indiretamente 12 mil pessoas.
Ressaltamos que:
- Após mais de um ano de estudos,nenhum problema técnico foi apontado pela comissão criada pelo governo federal para estudar o assunto.
- Foram constatados o excelente nível profissional e eficiência da atividade,além da importância do serviço para o sucesso do comércio exterior brasileiro.
- É falsa a afirmação de que os preços da praticagem no Brasil são elevados. Eles são similares aos praticados nos principais portos internacionais e até a presente data a Comissão jamais divulgou qualquer informaçãoque indicasse o contrário. Assim, também é falsa a afirmação de que esses preços influenciam o Custo Brasil.
- O tabelamento pretendido vai, sim, quebrar os contratos legítimos já firmados.
- As únicas beneficiadas com o achatamento de preços proposto são as companhias internacionais que controlam o transporte marítimo nas costas brasileiras, em especial a alemã HAMBURG SUD e sua controlada ALIANÇA NAVEGAÇÃO.
Reafirmamos o interesse do setor em dialogar com o governo, mas até o momento nossos apelos têm sido ignorados pela Comissão Nacional de Assuntos de Praticagem (CNAP), que produziu o tabelamento, sem embasamento técnico e sem respeitar as diferenças entre as 22 zonas de praticagem (ZPs) existentes no país.
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