Mais de 10% dos práticos do Porto de Santos foram infectados pelo coronavírus
Mais de 10% dos práticos que atuam no Porto de Santos, o maior do Brasil, foram infectados pelo coronavírus. Apesar disso, a Praticagem de São Paulo disse que conseguiu manter atividade normal no porto santista e que continua cumprindo todos os protocolos determinados pelas autoridades médicas e pela Anvisa.
De acordo com a Praticagem de São Paulo, são sete casos confirmados entre os 62 práticos que trabalham na empresa. Seis estão bem de saúde e um prático foi internado em hospital de São Paulo porque apresentou sintomas mais graves da doença, com uma pneumonia bacteriana. Porém, ele já está bem e em casa.
“Não podemos garantir que tenha sido a bordo, mas de qualquer maneira foram sete pessoas ausentes da escala de serviço durante 21 dias. A despeito disso, nós conseguimos manter o serviço em atividade e continuamos cumprindo todos os protocolos para evitar a contaminação”, disse Carlos Alberto de Souza Filho, presidente da Praticagem de São Paulo, em nota enviada pelo órgão.
Os práticos entram nos navios, antes das embarcações atracarem nos portos. Eles tem contato direto com tripulantes de diversas regiões do país e do mundo, que enfrentam realidades epidêmicas diferentes, e por isso, ficam mais vulneráveis à Covid-19.
Porém, os práticos são fundamentais para que o fluxo de embarcações não seja interrompido ou reduzido. O Porto de Santos continua com a demanda grande por conta da supersafra de grãos e suco de laranja e a pandemia ainda gerou um aumento das exportações do País.
“As pessoas percebem a importância da profissão para a economia do país como um todo. Somos um dente da engrenagem, mas se ele quebrar a máquina não funciona. Conseguimos mostrar as dificuldades e os riscos do nosso trabalho e continuamos atuando para a manutenção do fluxo de mercadorias”, disse o presidente.
Além dos navios de carga, os práticos tiveram mais uma demanda. Nos últimos meses, os cruzeiros com suspeitos ou casos confirmados de coronavírus foram obrigados a respeitar a quarentena no Porto de Santos. Muitas vezes, os navios precisaram fazer várias manobras para levar pessoas para tratamento ou trazer suprimentos. Segundo a Praticagem, para ajudar as operadoras, foi reduzido em 50% o preço para entradas e saídas desses navios não ligados à atividade comercial.
Medidas de precaução foram implantadas pela Praticagem durante os turnos de serviço, bem como durante a abordagem das embarcações em trânsito. A Praticagem organizou escalonamento de trabalho, distanciamento social, desinfecção de toda sede, inclusive, das lanchas, e também foi instalado um túnel de sanitização na entrada da Ponte dos Práticos.
A empresa também adotou o protocolo para os práticos criado pelo Conselho Nacional de Praticagem com a supervisão do Chefe do Setor de Infectologia do Hospital Naval Marcílio Dias, Capitão de Mar e Guerra Dr. André Germano De Lorenzi.
Fonte: G1
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