Segurança em Primeiro Lugar: A Necessidade de Reavaliar Zonas de Praticagem com Baixa Demanda
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A existência de Zonas de Praticagem (ZP) com uma média inferior a uma faina diária levanta sérias preocupações quanto à segurança da navegação, à viabilidade financeira das empresas e ao desenvolvimento profissional dos práticos.
A falta de prática regular compromete a segurança das operações, tornando os práticos mais propensos a erros. A baixa frequência de fainas prejudica o desenvolvimento e a manutenção das habilidades, exigindo constante experimentação e aumentando o risco de acidentes. Como responsável por garantir a segurança da navegação, a Autoridade Marítima não pode ignorar essa realidade. Não é razoável supor que um prático que realiza manobras apenas uma vez por mês tenha o mesmo nível de habilidade técnica que aqueles que as executam diariamente durante suas escalas.
Além disso, manter uma estrutura completa de praticagem (lanchas, atalaia, tripulantes, etc.) com baixa demanda é financeiramente inviável. As empresas ficam vulneráveis a flutuações na demanda e à sazonalidade, ameaçando sua sustentabilidade e a dos profissionais. A Marinha estabelece os requisitos para a homologação de lanchas, tripulantes e atalaia, mas toda a estrutura operacional é mantida exclusivamente pelo lucro oriundo dos serviços prestados pelas empresas de praticagem.
A solução mais eficaz seria a fusão de ZPs pequenas com ZPs maiores, garantindo prática constante e viabilidade financeira. A incorporação dessas áreas a praticagens vizinhas mais movimentadas reduziria os riscos operacionais e asseguraria o treinamento contínuo dos práticos.
A Autoridade Marítima precisa agir para solucionar esse problema, garantindo que o serviço de praticagem seja prestado com os mais altos níveis de segurança e eficiência. Manter ZPs com uma média inferior a uma faina diária é um risco desnecessário que compromete a segurança, a sustentabilidade e a qualificação profissional dos práticos.
Mas se juntasse uma ZP grande digamos Fortaleza que tem 15 práticos com Areia Branca que faz 40 manobras por quadrimestre e o mínimo pela NORMAM são 6 por quadrimestre por prático. Como que os 15 Práticos da ZP-5 que precisariam de 90 manobras por mês manteriam o nível de habilidade técnica? Na verdade, o risco aumentaria em 100% pois eles fariam metade do mínimo, não?
Seriam as mesmas poucas manobras, que, por sua baixa frequência, não garantem a manutenção consistente da habilitação de um Prático, sendo executadas por profissionais com treinamento muito mais rigoroso.